quinta-feira, 13 de outubro de 2016

TripAdvisor deixa de vender bilhetes para atracções com animais selvagens

Nadar com golfinhos, passear no dorso de um elefante ou posar com um tigre para a fotografia das férias. A partir de agora, as atracções turísticas com animais selvagens ou em perigo de extinção estão banidas da TripAdvisor.
Tanto a gigante de reservas online como o Viator, site semelhante adquirido pela TripAdvisor em 2014, vão “descontinuar a venda de bilhetes para experiências turísticas específicas durante as quais os viajantes entrem em contacto físico com animais selvagens e espécies ameaçadas que estejam em cativeiro”.
Num comunicado publicado esta terça-feira, a TripAdvisor anuncia a sua nova política de reservas, banindo a venda de bilhetes para atracções turísticas que integrem interacções directas com animais selvagens. É a primeira grande empresa no mercado das reservas turísticas a tomar tal decisão. Nadar com golfinhos e baleias, subir ao dorso de elefantes ou acariciar tigres são algumas das actividades que deixam de estar acessíveis naquele que é o maior site de reservas turísticas em todo o mundo.
A possibilidade de marcar algumas destas actividades “cessou imediatamente” no site da empresa, mas as alterações à política de reservas só estarão “totalmente concluídas e implementadas no início de 2017”.
Os lucros gerados por este tipo de actividades – muitas vezes associadas a políticas governamentais inadequadas ou mesmo inexistentes neste sector – tornam os animais especialmente vulneráveis a empresas dispostas a ultrapassar limites ao nível da sua segurança e bem-estar. Animais drogados ou maltratados para se tornarem mais amistosos, acorrentados, mal-nutridos ou traumatizados pelos treinos violentos são alguns dos casos mais graves.
Estas experiências turísticas são há muito criticadas por organizações ligadas à conservação da vida selvagem e várias associações já vieram a público louvar a medida. No entanto, algumas mantêm reservas quanto à sua real eficácia ou peso para travar estas práticas a nível global. Outra das críticas prende-se com o facto de a medida não incluir, por exemplo, atracções turísticas que, embora não implicando um contacto directo com os animais, os mantenham em cativeiro e os utilizem em espectáculos.
Actividades com animais domésticos, como “andar a cavalo” ou “acariciar coelhos”, e as que implicam tocar ou alimentar animais em jardins zoológicos ou aquários sob supervisão dos funcionários do estabelecimento são consideradas excepções à nova política da TripAdivsor.
Além desta medida, a empresa anunciou igualmente estar a planear um novo “portal educacional” sobre a temática. O objectivo da plataforma, que também deverá ser lançada no início do próximo ano, é “ajudar a informar os viajantes sobre os padrões de cuidado e protecção de espécies de animais selvagens, ameaçadas e em cativeiro no sector do turismo, sobre a interacção destes animais com os turistas e o seu impacto na conservação da vida selvagem”.
A página vai disponibilizar vários links e informação sobre boas práticas associadas ao tema, incluindo “inúmeros pontos de vista de especialistas nos sectores do turismo sustentável, protecção animal, conservação da vida selvagem, zoologia e ciência marinha”. Entre os parceiros da iniciativa estão organizações não-governamentais como a Peta ou a World Animal Protection.
No futuro, todas as actividades disponibilizadas no site que tenham algum tipo de interacção com a vida selvagem vão ter um botão especial para o portal, para “ajudar os viajantes a fazer escolhas e a escrever comentários mais informados sobre cada experiência”, adianta a empresa no comunicado. 

Mara Gonçalves - Fugas

terça-feira, 4 de outubro de 2016

TAP prevê lançar 11 novas rotas em 2017 sobretudo para a Europa

Companhia aérea poupou 220 milhões de euros com a descida do preço dos combustíveis e vai melhorar resultados este ano, anunciou o presidente, Fernando Pinto, aos trabalhadores.

A TAP vai lançar 11 novas rotas em 2017, das quais sete são na Europa, três em África e uma na América do Norte, anunciou esta terça-feira o presidente executivo, Fernando Pinto. O gestor também acredita que a empresa fechará o ano com melhores resultados do que no ano passado.
Num encontro com os trabalhadores, na sede da TAP, em Lisboa, com o objectivo de dar a conhecer os planos para o futuro da transportadora, Fernando Pinto explicou que o lançamento das novas rotas, que deverá acontecer "em princípio no Verão", faz parte da estratégia de crescimento da transportadora privatizada. Admitindo que entre os novos destinos na Europa estão cidades para onde a companhia já voou no passado, o gestor escusou-se, por razões de “concorrência”, a revelar quais as rotas.
No próximo ano, a TAP pretende ainda reforçar a operação nas regiões autónomas, no Porto, em Lisboa e em Faro, "devido ao crescimento do turismo em Portugal". Fernando Pinto referiu ainda a intenção de relançar rotas no Brasil, que tiveram uma redução das frequências motivada pela instabilidade política e económica daquele que é o principal mercado da TAP, que foi também muito afectado pela desvalorização do real.
Segundo Fernando Pinto, este reforço da TAP só é possível graças ao investimento na frota, através da renovação de interiores de 48 aviões, orçamentada em 70 milhões de euros, e na aquisição de aviões.
O terceiro pilar para o crescimento da TAP assenta na maior segmentação das tarifas, oferecendo "produtos para todos os que queiram viajar com a TAP", no sentido de competir com as companhias de baixo custo (low cost).
Fernando Pinto considerou que é inevitável comparar os custos da TAP com estas companhias, no entanto avisou: "Temos que nos aproximar, mas não queremos ser uma empresa low cost (…) O nosso nicho é diferente, mas temos que ter condições de competir", acrescentou.
Sobre dados financeiros, o presidente anunciou que a transportadora aérea conseguirá poupar este ano 220 milhões de euros devido à descida do preço dos combustíveis, o que permitirá uma melhoria dos resultados face a 2015, mas não com uma diferença líquida tão grande quanto a poupança com os combustíveis.
A TAP fechou 2015 com um prejuízo de 99 milhões de euros, que compara com 46 milhões de euros negativos em 2014, agravado pela retenção de 91,4 milhões de euros na Venezuela. Sem este factor extraordinário, explicou então a companhia, "o resultado teria sido de apenas 7,6 milhões de euros negativos, evidenciando uma clara recuperação face a 2014". Já no ano passado, a redução do preço do combustível tiveram um impacto de menos 138 milhões de euros nas despesas.
O processo de privatização da TAP está em curso, com o acordo de compra e venda de ações da transportadora assinado pelo Governo de António Costa e que permite ao Estado ficar com 50% de acções da empresa, depois de já ter recebido luz verde da Autoridade da Concorrência, faltando ainda a reestruturação da dívida com a banca e a aprovação pelo supervisor da aviação (ANAC). Neste modelo, o consórcio Atlantic Gateway, de Humberto Pedrosa e David Neeleman, fica com 45%, podendo chegar aos 50% com a aquisição de 5% do capital que será entretanto colocado à disposição dos trabalhadores.

Fugas
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...